Deserto, o arquipélago de Cabo Verde foi descoberto por navegadores ao serviço do Infante D. Henrique no exato ano da sua morte, 1460. Cinco anos antes, em 1455, o Papa Nicolau V, como paga pelos esforços da expansão marítima e da cristianização dos "infiéis" e dos "pagãos", concedera a D. Afonso V uma Bula que conferia ao rei de Portugal e aos seus sucessores o direito a todas as terras por eles descobertas e a todas as que viessem a descobrir, bem como o direito de subjugação dos "infiéis" e dos "pagãos" que nelas habitassem. Quase 600 anos depois, a Bula Romanus Pontifex é um documento tão extraordinário como tenebroso e esclarece parte do que era ser europeu e cristão em meados do séc. XV. É sobre o contexto da descoberta de Cabo Verde e sobre o povoamento da sua maior ilha que André Teixeira, historiador e arqueólogo da História da Expansão, nos vai guiar por Santiago.